Menor eficiência de empresas faz país perder competitividade

terça-feira, janeiro 6th, 2015.

De acordo com o Índice de Competitividade Mundial 2014, o país passou para O 54º lugar no ranking geral composto por 60 países, ficando à frente apenas de Eslovênia, Bulgária, Grécia, Argentina, Croácia e Venezuela. A dianteira pertence aos Estados Unidos.

Com o desempenho desse ano, o Brasil perdeu 16 posições nos últimos quatro anos, depois de atingir em 2010 o 38º lugar na classificação.

A piora coincide com maior fragilidade da economia vista no governo da presidente Dilma Rousseff, que buscará reeleição no pleito de outubro.

Nos três primeiros anos do mandato de Dilma, o Brasil cresceu, em média, 2 por cento ao ano, bem abaixo dos 3,7 por cento anuais na década anterior ao seu governo.

Para 2014, a projeção de economistas é de alta ainda mais modesta do Produto Interno Bruto (PIB), pouco acima de 1,5 por cento.

PRODUTIVIDADE

A piora da eficiência das empresas brasileiras foi apontada como a principal causa do recuo no ranking deste ano. O destaque ficou com produtividade, onde o Brasil é o segundo pior país do ranking, à frente apenas da Venezuela.

O professor da Fundação Dom Cabral, Carlos Arruda, responsável pela coleta e análise dos dados do ranking relacionados ao Brasil, disse, por meio de nota, haver desânimo competitivo no país que pode levar a um "ciclo vicioso de pessimismo empresarial e perda de competitividade geral".

Arruda citou que esse desalento já afetou países como Argentina, África do Sul e Turquia, nos quais "após alguns anos de perda de performance econômica e de eficiência de governo, perderam a sua capacidade de agir proativamente".

Segundo o relatório do IMD, o ambiente institucional e regulatório também continua afetando o desempenho do Brasil.

"O país está entre os piores ambientes para se fazer negócios no mundo, com alta carga tributária direta e indireta, taxas de juros de curto e longo prazos que desestimulam o investimento na produção e no crescimento das empresas", informou o relatório.

O comércio exterior também impactou o Brasil.

O país ficou na última posição no indicador que mede o comércio em relação ao PIB, em meio ao declínio de exportações para Argentina, União Europeia e Estados Unidos e aumento de importações da China, conforme o relatório.

No ano passado, o Brasil registrou superávit comercial de apenas 2,561 bilhões de dólares, o pior desempenho desde 2000.

O ranking de competitividade deste ano foi feito com base nos dados de 2013 e a partir de pesquisa com cerca de cem executivos de empresas no Brasil.

DADOS POSITIVOS E EMERGENTES

Apesar do mau desempenho no geral, o IMD citou pontos positivos da economia brasileira, como o tamanho do mercado doméstico, atração de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) e o mercado de trabalho.

Segundo dados do Ministério do Trabalho, o Brasil criou 4,854 milhões de empregos formais de 2011 até março passado. No ano passado, o Brasil atraiu 64,045 bilhões de dólares em IED.

O IMD informou que a maioria dos mercados emergentes perdeu posições no ranking de competitividade por conta de lento crescimento econômico "apoiado no baixo investimento estrangeiro, além de uma infraestrutura inadequada".

"Um olhar geral sobre o panorama de competitividade em 2014 aponta o sucesso contínuo dos Estados Unidos, uma recuperação parcial na Europa e desafios para alguns dos grandes mercados emergentes", avaliou o diretor do Centro de Competitividade do IMD, Arturo Bris, por meio de nota.

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